
Chovia melancolia lá fora e eu sangrava aqui dentro...
O vento frio cortava minha pele como lâminas.
Minhas pernas estavam trêmulas, sem força, eu já sabia que não ia conseguir prosseguir.
Apenas um último e único passo e tudo estaria acabado.
Viver já não era preciso , já não era necessário, não tinha sentido.
O véu da morte delineava com suavidade a pele de minha face
Talvez morrer fosse mais fácil do que seguir com essa vida insignificante, infeliz.
O cálice da solidão jorrava depressão por entre meus dedos...
Meu peito transbordava sentimentos inexplicados , confusos.
Minha respiração se torna lenta e degradante
Sinto vertigem, tudo roda, flashs de um passado sombrio invadem minha mente.
Meu corpo toca o chão com a leveza de uma pluma.
E sinto que saio dele como se flutua-se pela casa.
Indolor e indomável cavalgo pela brisa dos cômodos .
Sinto arrepios pelo corpo como se flechas me penetrassem pela pele.
Surreal e inconstante meus pensamentos me carregam
Lágrimas rolam pela minha face, estou em desespero.
Minhas mãos tremem e não consigo parar
Vou em direção a uma faca afiada que parece clamar por mim
A lâmina brilha linda e meu peito vai de encontro a ela
Quero senti-la dentro...
Senti-la dilacerar minhas vísceras.
Minhas mãos estão cheias de sangue
Meu peito jorra quente e viscoso
Não há mais volta, finco a faca até o fim.
E lentamente me afundo na solidão da morte feliz....
/Cristiane Antonelli
Nós somos o que somos quando estamos sozinhos.
ResponderExcluirE dói muito se ver repleta de sentimentos feridos dentro de si. Mas, por favor, não deixe tristeza alguma apossar a sua alma, porque você é mais forte do que pensa...
Na verdade, eu até já passei por uma morte feliz: quando morri para o meu passado, para os que me caluniavam, para minha angústia e renasci para a luz de Cristo, que sempre desejou adentrar minha vida.
Deus abençoe seu espírito... Você se expressa magnificamente bem...